7 de junho de 2010

Funções da linguagem


Texto: Funções da Linguagem
Chamamos linguagem verbal  à possibilidade que tem o Homem de processar comunicação através do uso de signos lingüísticos. É por meio de tais signos que remete a outrem uma mensagem, a qual, por sua vez, é portadora daquilo que ele (o emissor) pretende.
Na dependência dessa intenção ou pretensão é que se conforma a linguagem que, ora enfatiza o assunto, ora destaca o próprio emissor ou  se volta para o receptor; expressa interesse no canal de comunicação, centraliza-se no próprio código ou vislumbra a possibilidade do jogo artístico. Desta forma, é possível destacar 6 (seis) funções da linguagem no texto.
Essas funções praticamente não ocorrem individualizadas, mas mesclam-se no conteúdo do texto. Vejamos:
1) FUNÇÃO REFERENCIAL
A mensagem é de natureza informativa, centrada no objeto ou no assunto de que trata. Procura deixar o receptor informado, ciente de fatos e ocorrências.
EXEMPLO:
“O Iraque prometeu ontem que vai revidar o bombardeio dos EUA e do Reino Unido, ocorridos próximo a Bagdá anteontem, que teriam matado dois civis e ferido mais de 20, de acordo com o Ministério de Saúde do país.” Folha de S.Paulo, 18/02/01
2) FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
A mensagem fica centrada no próprio emissor, expressando suas particularidades, paixões, sentimentos e pontos de vista.
EXEMPLOS:
“Oh! Que saudades que tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!” (...) Meus oito anos, Casimiro de Abreu
“Quando eu nasci/um anjo louco muito louco/veio ler a minha mão/não era um anjo barroco/era um anjo muito louco, torto...” Let’s play that. Torquato Neto.
3) FUNÇÃO CONATIVA, APELATIVA OU PRESSIVA
Neste caso a mensagem é carregada de interesse sobre o receptor, já que pretende persuadi-lo, conquistá-lo para a aquisições de interesse do emissor. É a linguagem própria da propaganda comercial, dos sermões religiosos, das aulas argumentativas.
EXEMPLOS:
“Beba Coca-Cola.”; “Fumar é prejudicial à saúde.” “Toma jeito, menina!”
4. FUNÇÃO FÁTICA
Registra-se nos trechos em que o emissor pretende dar início a um processo de comunicação, esforça-se por manter tal processo e interessa-se em encerrá-lo.
EXEMPLOS:
Bom dia, senhores!; Olá, como vai você?; Não desliga, não, eu explico...; Vocês entenderam tudo?; Bem, até logo!
5. FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA
Aqui o emissor expressa-se a respeito da própria expressão; usa o código para referir-se ao próprio código. Apresentam a predominância dessa função as definições, conceitos etc.
EXEMPLO:
A palavra Geografia é formada de dois radicais de origem grega.”; “Chama-se sujeito o termo com o qual o verbo concorda.”
6. FUNÇÃO POÉTICA
Caso em que o emissor usa o código de forma artística ou lúdica. O signo é material importante em si próprio. Poemas, romances, contos e algumas crônicas são produtos textuais em que está normalmente presente essa função.
EXEMPLO:
beba coca cola
babe         cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
c l o a c a
                  Décio Pignatari

5 de junho de 2010

Comunicação VI


Texto: Elementos da Comunicação e as Funções da Linguagem
 1 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
A comunicação se processa através dos seguintes elementos:
a)     EMISSOR: é aquele que transmite a mensagem, a informação ao receptor.
b)     RECEPTOR: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
c)      MENSAGEM: é a informação transmitida pelo emissor.
d)     REFERENTE: é o tema, o assunto tratado pela mensagem.
e)     CÓDIGO: é o conjunto de sinais utilizado para transmitir a mensagem. Para que haja comunicação, é necessário que, pelo menos parcialmente, o código seja comum entre o emissor e o receptor.
f)       CANAL:  é o meio pelo qual a mensagem chega ao receptor.
  RUÍDO: é tudo que atrapalha a comunicação. Exemplo: o desconhecimento do código de sinais, desconhecimento da língua, o papel rasgado ou molhado que nos impeça de fazer a leitura, música alta que nos impeça de ouvir uma conversa, conversa paralela.
2 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Conforme o efeito pretendido, um dos elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, referente, canal ou código) será sempre mais enfatizado do que os outros. Depreende-se daí uma função da linguagem predominante.
 a)   Função emotiva ou expressiva: Está centrada no emissor, na 1ª pessoa (eu). Expressa os sentimentos de quem fala em relação àquilo de que está falando:
Exemplo: Estou muito feliz.    / Este jantar está excelente.
b)  Função conativa: está centrada na 2ª pessoa (tu). É dirigida ao receptor com o objetivo de influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. Exprime-se através do vocativo (chamamento) e do imperativo (verbos que expressam ordem ou pedido). Função muito utilizada em campanhas publicitárias.
Exemplo: Não deixe de ver aquele filme amanhã.
   Venha aqui, menino.
c)   Função poética: é a função que realça a elaboração e caracteriza-se pela criatividade da linguagem. Percebe-se um cuidado especial na organização da mensagem através da exploração das figuras de linguagem, do ritmo, das sonoridades, etc.
Exemplo:
girafas
          africanas
                  como meus avós
                            quem me dera
                                       ver o mundo
                                                   tão alto
                                                          quanto vós       ( Paulo Leminski)
d)  Função referencial: ocorre toda vez que a mensagem faz referência a acontecimentos, fatos, pessoas, animais ou coisas, com o objetivo de transmitir informações.
Exemplo: O tempo amanhã estará nublado.
                  Ela abriu a porta, entrou, sentou-se na poltrona e sorriu.

20 dicas para a preservação do meio ambiente


Mais dicas para a preservação do meio ambiente:
1. Não corte, nem pode árvores sem autorização. Poda drástica é PROIBIDA!!
2. Preserve a vegetação nativa. Não desmate! Não coloque fogo!
3. Não altere cursos d’água ou banhados, eles são protegidos por lei. Poços artesianos somente com autorização.
4. Não crie peixes sem licença. Nunca solte peixes nos rios, mesmo quando estiver bem intencionado.
5. Respeite os períodos de proibição da pesca.
6. Não compre, nem tenha animais silvestre em casa.
7. Não maltrate animais silvestres ou domésticos.
8. Separe o lixo em casa e no trabalho, e coloque na rua no dia da coleta seletiva em seu bairro.
9. Não jogue lixo no chão. Carregue-o até a lixeira mais próxima. Ensine às crianças dando exemplo.
10. Recicle ou reaprove tudo o que puder.
11. Reduza o consumo, especialmente do que não puder ser reaproveitando ou reciclado.
12. Mantenha seu veículo regulado e ande mais a pé.
13. Não contribua com a poluição sonora e/ou visual.
14. Use menos veneno em sua lavoura ou horta.
15. Não jogue óleos lubrificantes na sua rede de esgoto.
16. Não desperdice água. esse é um dos recursos mais importantes e frágeis do planeta: feche torneiras, conserte vazamentos, não use mangueiras para para lavar calçadas, aproveite água de chuva.
17. Não desperdice energia elétrica: desligue aparelhos, verifique sobrecargas, apague as luzes.
18. Ensine às crianças amor e respeito pela natureza.
19. Cuide da higiene e da sua saúde!
20. Evite jogar materiais não degradáveis (plásticos ou outros) no ambiente.

4 de junho de 2010

Comunicação V

 Texto: Língua, Linguagem e Fala
Até aqui você teve a oportunidade de conhecer as várias teorias referentes à comunicação. Comunicar, como  a própria palavra parece nos dar a resposta, uma vez que a sua raiz é a palavra comum: comunicar é o ato de tornar comum, conhecido.
Toda vez que tornamos algo comum, conhecido por alguém, estamos realizando um ato de comunicação. Antes mesmo de aprendermos a falar, já praticamos atos de comunicação. Pelo choro, o bebê comunica à mãe que está com fome, por exemplo.
Existem inúmeras linguagens que podem ser utilizadas para exercermos atos de comunicação: a linguagem dos surdos-mudos, o código morse, as placas e os sinais de trânsito, as bandeiras mostradas nas corridas de Fórmula 1, etc.
LINGUAGEM é qualquer conjunto de sinais que nos permite realizar atos de comunicação.
Dependendo dos sinais escolhidos, teremos uma comunicação verbal, visual, auditiva, etc. Sem dúvida alguma, a linguagem que mais utilizamos para praticar atos de comunicação é a língua, que é um conjunto de palavras e regras para a combinação dessas palavras, utilizado pelos membros de uma comunidade.
LÍNGUA é o conjunto de sinais baseado em palavras.
A língua possui um caráter social – ela é patrimônio de toda uma coletividade – e um caráter individual – cada membro da comunidade a utiliza de maneira particular.
Você já deve ter reparado que, embora todos no Brasil falem o português, existem usos diferentes dessa língua em decorrência de fatores sociais, geográficos, contextuais, etc. o português falado no sul do país apresenta algumas do falado no norte; a língua utilizada pelos jovens apresenta diferenças em relação à utilizada pelas pessoas mais velhas.
FALA é a utilização que cada membro da comunidade faz da língua, tanto na forma oral quanto na escrita.
A forma oral se caracteriza pela maior espontaneidade do que a forma escrita. Em decorrência do caráter individual da fala, podemos observar vários níveis, também chamados níveis de linguagem.
nível coloquial-popular: refere-se a uma linguagem informal, usada no dia-a-dia, sobretudo nas situações informais entre amigos ou familiares. Esse tipo de linguagem se caracteriza pela despreocupação com as normas gramaticais.
Exemplo: Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar esquentando tanto? Me parece que as coisas no fim sempre dão certo.
nível formal-culto: é, como o próprio nome indica, a linguagem utilizada pelas pessoas cultas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras estabelecidas na comunidade lingüística.
Observe:
“Depois da campanha mais disputada e volátil dos últimos tempos, os resultados parciais de apuração e as projeções dão ao democrata Bill Clinton nas eleições à presidência dos Estados Unidos realizadas ontem.” “(Folha de S, Paulo, 4/11/92,p2)
É claro que existem outros níveis de fala, além do coloquial-popular e formal-culto. A linguagem que alguns profissionais (advogados, economistas, etc.) utilizam no exercício de suas atividades corresponde a um nível chamado profissional ou técnico ou jargão.
A gíria é uma linguagem utilizada por determinados grupos sociais, como os jovens, por skatistas, funkeiros,, etc., mas por sua expressividade, acabam sendo incorporadas à linguagem coloquial de outras camadas sociais.
As gírias também sofrem evolução: elas surgem e desaparecem com o passar do tempo. Imagine que há pouco s anos se dizia:
“Fiquei gamado naquele broto porque é bacana pra chuchu.”
A utilização da língua com finalidade expressiva feita pelos artistas da palavra (poetas e romancistas, por, exemplo)corresponde a um nível chamado artístico ou literário.
Há ainda, o regionalismo que é a linguagem caracterizada pelas diferenças estabelecidas pelas várias regiões do país. Todos são capazes de reconhecer um falante do Sul do país e o falar “cantado” do nordestino ou ainda o falar “chiado” do carioca.
(TERRA, Ernani. Língua, Literatura & Redação. Vol. 1. Scipione. São,Paulo: 1994, p 6-13)

Comunicação IV


Texto: Variedades linguísticas
É por meio da língua que o homem expressa suas idéias, as idéias de sua geração, as idéias da comunidade a que pertence, as idéias de seu tempo. A todo instante, utiliza-se de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida e contribui para a renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que na língua projeta-se a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais e características de uma sociedade transmitidos coletivamente.
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor identificar a que grupo pertence.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos podem servir de índices que identifiquem:
·        o país ou a região de que origina
·        o grupo social a que pertence
·        a situação (formal ou informal) em que se encontra
As diferentes maneiras de se “usar” uma língua gera uma grande variedade lingüística.
Se alguém afirmasse “Estes gajos que estão a esperar o elétrico são uns gandulos”, não se hesitaria em classificá-lo como falante de Língua Portuguesa, em sua variante lusa.
Se por outro lado ouvisse “Se abanquem, se abanquem, tchê!”, ficaria claro que se tratava de um falante da Língua Portuguesa, em sua variante  brasileira, natural do Sul do país.
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido e devido à sua grande extensão, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; pombeiros que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados.
Nos grandes centros urbanos, as variantes lingüísticas geram entre falantes o preconceito lingüístico, e muitas pessoas são discriminadas por sua forma de falar. No entanto, alguns escritores aproveitaram esse fator para caracterizar as personagens que criaram, pois perceberam a riqueza presente nas variantes regionais. Jorge Amado e Graciliano Ramos enriqueceram a literatura brasileira com personagens marcantes como Pedro Bala, Gabriela e Alexandre.
(BRANDÃO, Sílvia Figueiredo. A Geografia lingüística no Brasil. in Série princípios. São Paulo. Ática,1991)

3 de junho de 2010

Comunicação III


Texto: Comunicação e socialização

No percurso elaborador da cultura, o homem baseia-se necessariamente em sua capacidade de se comunicar. Comunicação e cultura interpenetram-se tão intimamente que é difícil saber onde ficam os limites entre uma e outra. Por isso, vamos agora refletir sobre a comunicação, procurando-lhe o alcance e a importância.

Lembre-se o leitor como se fez gente: sua casa, seu bairro, sua escola, sua patota. A comunicação foi o canal pelo qual os padrões de vida de sua cultura foram-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua sociedade – de sua família, de seu grupo de amigos, de sua vizinhança, de sua nação. Foi assim que adotou sua “cultura”, isto é, os modos de pensamento e de ação, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Isso não ocorreu por “instrução”, pelo menos antes de ir para a escola: ninguém lhe ensinou propositadamente como está organizada a sociedade e o que pensa e sente a sua cultura. Isso acontece indiretamente, pela experiência acumulada de numerosos pequenos eventos, insignificantes em si mesmos, através dos quais travou relações com diversas pessoas e aprendeu naturalmente a orientar seu comportamento para o que “convinha”. Tudo isso foi possível graças à comunicação. Não foram os professores da escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária com pais, irmãos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no ônibus, no jogo, no botequim, na igreja, que lhe transmitiu, menino, as qualidades essenciais da sociedade e a natureza do ser social.
Contrariamente, então, ao que alguns pensam, a comunicação é muito mais que os meios de comunicação social.  Esses meios são tão poderosos e importantes na nossa vida atual que, às vezes, esquecemos que representam apenas uma mínima parte de nossa comunicação total.
Alguém fez, uma vez, uma lista de atos de comunicação que um homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora de deitar, no fim do dia. A quantidade de atos de comunicação é simplesmente, desde o “bom-dia “ à sua mulher acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a decodificação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos, recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os filhos, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com a mulher antes de dormir, e o ato final de comunicação num dia cheio dela: “boa-noite”.
A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. Temos tanta consciência de que nos comunicamos como de que respiramos ou andamos. Somente percebemos a sua essencial importância quando, por um acidente ou uma doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Pessoas que foram impedidas de se comunicar durante logos períodos enlouqueceram ou ficaram perto da loucura.
A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social.
 (DIAZ BORDENAVE, Juan. O que é comunicação São Paulo: Nova Cultura/Brazilense, 1986. p. 17-9.)

Comunicação II


Texto:Hipóteses da origem das línguas
 Podemos supor que a comunicação surgiu quando o ser humano sentiu a necessidade de trocar informações sobre algum perigo ou para “combinar” uma estratégia de caça.
Há informações de que o gênero humano apareceu na Terra há cerca de quatro milhões de anos, mas a linguagem, tal como a concebemos, surgiu há apenas quarenta mil anos. Antes disso, apesar de os homens trocarem algumas informações essenciais, não conseguiam exprimir com clareza seus sentimentos, contar o que havia ocorrido nem planejar ações futuras.
Vamos pensar num exemplo: imagine a dificuldade de um homem primitivo ao tentar explicar para seu companheiro de tribo que havia visto, atrás da montanha, um bisão e que seria interessante, caçá-lo, sendo que, para tal, deveriam aproximar-se um de cada lado a fim de evitar a fuga do animal. Como não possuíam nenhuma linguagem mais elaborada, acabavam apelando para a mímica acompanhada de grunhidos. É claro que a comunicação carecia de clareza!
Com o tempo, os homens foram evoluindo fisicamente em vários aspectos, inclusive aumentando a capacidade craniana e, conseqüentemente, o nível da linguagem. Começaram a estabelecer códigos que possibilitaram a eficiência da comunicação. Podemos assim pensar em vários códigos usados por seres humanos, como aqueles feitos através do som, de imagem, de símbolos e de gestos. Para que estas formas de comunicação tenham significado é preciso que o emissor (quem manda a mensagem) e o receptor (quem recebe) conheçam o mesmo código.
      A linguagem verbal, a da palavra, foi a mais aprimorada pelo ser humano, apesar de ser auxiliada por outros tipos de linguagem. Observe sua professora dando aula: ela utiliza mais a linguagem verbal, sem excluir os gestos (linguagem gestual), a mudança de fisionomia... Tente imaginar-se contando um fato ocorrido no seu dia-a-dia sem utilizar as mãos e sem alterar a fisionomia; sua história iria ficar pouco expressiva.
Assim como as linguagens surgiram da necessidade prática de os homens se comunicarem, a linguagem escrita surgiu da necessidade de registrar essa comunicação. 
      A primeira manifestação de linguagem escrita apareceu na Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates, inventado pelo povo sumério. Essa escrita recebeu o nome de “cuneiforme”, pois tinha a forma de cunha (instrumento usado por escultores para desgastar a pedra). Como não tinham papel, registraram as informações na argila.
Os egípcios também inventaram uma linguagem escrita para organizar o recolhimento de impostos e registrar as mensagens dos deuses. Os chineses utilizam símbolos chamados ideogramas para representarem as idéias.
O primeiro alfabeto surgiu na Fenícia, em 1500 a. C., e tinha letras só para consoantes. Os gregos adaptaram o alfabeto fenício e introduziram as vogais. Quando dizemos “alfabeto”, estamos pronunciando as duas primeiras letras  do alfabeto grego: alfa e beta. O nosso alfabeto nasceu do alfabeto grego e ainda hoje guarda algumas semelhanças.
Todos os países de língua portuguesa, espanhola, italiana, inglesa, francesa e alemã usam o mesm alfabeto que nós, mas há ainda muitos outros tipos de escrita, como a russa, a japonesa e o árabe. Além da diferença no próprio alfabeto, também há variações na direção da escrita. Os japoneses escrevem me linhas verticais, de cima para baixo e da direita para a esquerda. Os árabes escrevem em linhas horizontais como as nossas, mas da direita para a esquerda.
(Cleuza V. B. Bourgogne e Lilian Santos  Silva)




A briga na procissão






Procissão ou Jesus no Xadrez (Chico Pedrosa)

Cordel Do Fogo Encantado

No tempo em que as estradas eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas cruzavam a região entre volante e cangaço
Quando a lei era do braço do jagunço pau mandando do coronel invasor
Dava-se no interior esse caso inusitado
Quando o palmera das antas pertencia ao capitão Justino Bento da Cruz
Nunca faltou diversão vaquejada, canturia, procissão e romaria
sexta-feira da Paixão
Na quinta-feira maior Dona Maria das Dores no salão paroquial
Reunia os moradores depois de uma pré-eleção ao lado do capitão
Escalava a seleção de atriz e atores
Todo ano era um Jesus, um Caífaz e um Pilatos
Só nao mudavam a cruz, o verdúguio e os mal-tratos
O Cristo daquele ano foi o Quincas Beija-Flor
Caífaz foi Cipriano
Pilatos foi Nicanor
Duas cordas paralelas separava a multidão
Pra que pudessem entre elas caminhar a procissão
Quincas conduzindo a cruz
Foi e num foi advertia, um cinturião pervesso que com força le batia
Era pra bater maneiro, Bastião não entendia
Devido um grande pifão que tomou naquele dia do vinho que o capelão guardava na sacristia
Cristo dizia: "ô rapaz, ve se bate devagar, já to todo encalombado assim não vou aguentar,
ta com a gota pra duer, ou tu para de bater ou a gente vai brigar jogo ja essa cruz fora, to ficando aperriado, vou morrer antes da hora de ficar crucificado"
O pior é q o malvado fingia que não ouvia e além de bater com força ainda se divertia, espiava pra jesus, fazia pouco e dizia:
"que Cristo froxo é você que chora na procissão? Jesus pelo que se sabe num era mole assim não eu to batendo com pena, tu vai ver o que é bom, na subida da ladeira da venda de fenelon o couro vai ser dobrado
até chegar no mercado da cuica mudotor"
Naquele momento ouviu-se um grito na multidao era Quincas que com raiva sacudiu a cruz no chão e partiu feito um maluco pra cima de Bastião
Se travaram num tabefe, pontapé e cabeçada
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caífaz que até hoje não faz nem sente gosto de nada
Dismancharam a procissão o cacete foi pesado
São Tomé levou um tranco que ficou desacordado
Acertaram um cocorote na careca de Timotéo que inté hoje é aluado
Inté mesmo São José que não é de confusão, na ansia de defender o seu filho de criação aproveitou a garapa pra dar um monte de tapa na cara do bom ladrão
A briga só terminou quando o doutor delegado interviu e separou cada santo pro seu lado
Desda que o mundo se fez, foi essa a primeira vez que Jesus foi pro xadrez mas não foi crucificado


Para saber mais sobre cordel, visite o site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel

Lieteratura de Cordel


O que é literatura de cordel

Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo.
O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em barbantes, como roupas no varal.
Literatura de Cordel - Os livros são pendurados em barbantes

Origens da literatura de cordel

As primeiras manifestações da literatura popular no ocidente ocorreram por volta do século XII. Peregrinos encontravam-se no sul da França, em direção à Palestina; no norte da Itália, para chegar à Roma; e ainda na Galícia, no santuário de Santiago.
Nesses encontros eram transmitidas as histórias e compostos os primeiros versos, de forma muito primitiva.
O que interessa para nós é que foi dessa forma que surgiram os primeiros núcleos de cultura regional que espalharam-se pela Europa e, posteriormente, pela América.

A literatura de cordel no Brasil

Devido ao atraso da chegada da imprensa por aqui e seu acesso pelo público, as produções literárias de populares tiveram seu apogeu apenas no século XX.
Nossa literatura de cordel é caracterizada, principalmente, pela poesia popular. A prosa aparece muito mais na forma oral, que passa de geração para geração.
Como é uma manifestação muito mais cultural do que intelectual, destaca-se em regiões onde a cultura é mais valorizada e delineada. Aqui no Brasil essas regiões são a Nordeste e a Sul.

Grandes autores da poesia popular brasileira

Centenas, talvez milhares de autores poderiam ser listados aqui, mas vou falar dos três mais conhecidos.

Leandro Gomes de Barros

Foi o mais importante e mais famoso autor da literatura de cordel brasileira. Seu livreto “O Cachorro dos mortos” vendeu mais de um milhão de exemplares.

João Martins de Athayde

Autor popular que mais produziu. Comprou os direitos autorais de Leandro Gomes de Barros quando da sua morte, passando a editar também seus poemas.

Cuíca de Santo Amaro

O mais terrível poeta popular. Fazia denúncias contra corruptos e poderosos de sua época. Era amigo íntimo de Jorge Amado, que o incluiu como personagem em seus Tereza Batista, Cansada de Guerra e no conto A morte de Quincas Berro D’água.

Para saber mais sobre Cordel, visite a  Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Fontes: 
http://www.lendo.org/o-que-e-literatura-de-cordel-autores-obras/
http://www.youtube.com/watch?v=OTxEL9lptW4&feature=player_embedded#!


2 de junho de 2010

COMUNICAÇÃO I


TEXTO A: O QUE É COMUNICAÇÃO?

O QUE É COMUNICAÇÃO?
“ Primeiro, repare bem nesta palavra: Co-mu-ni-ca-ção. Repare só no começo dela: COMUM... Não parece que comunicação é a continuação da palavra COMUM? Não parece que começa com a palavra COM? Pois é assim  mesmo.
O que é COMUM? Quer dizer uma coisa ou idéia ou fato que é meu, seu e de toda a gente. É geral. Não tem um só dono. Pertence a todos.
O que é COM? Quer dizer junto, perto, misturado. Aquilo ou aquele que não está sozinho.
Agora, a gente bem pode ter a idéia do que é a COMUNICAÇÃO. É o jeito de estarmos todos juntos, um com o outro, em comum, em comunhão. É a gente fazer uma ligação com o outro, com outra pessoa. Participar, tomar parte, avisar, informar, conviver, viver perto.
E COMO É QUE ACONTECE A COMUNICAÇÃO?
Acontece quando falo com você. Quando você fala comigo. Quando escrevo uma carta para meu amigo. Quando telefono para meu primo.
Quando a menina lê um livro de história. Quando o rádio me dá uma notícia, quando vejo televisão, quando a gente lê revistas e jornais, quando vamos ao cinema, quando ouvimos música, quando assistimos a um jogo de futebol e torcemos juntos, quando dançamos... De muitos modos acontece a comunicação.
Portanto, a comunicação é uma coisa ótima. Quando aprendo a ler e a escrever, estou aprendendo a me comunicar. Quando vejo uma peça de teatro, os atores estão se comunicando comigo. Se eu recebo um telegrama, recebo uma comunicação, um aviso, um recado de amizade.”
 (Laís C. de Araújo. O grande blá- blá-blá.p.16-17)


TEXTO B: COMUNICAÇÃO NÃO É PRIVILÉGIO DOS SERES HUMANOS

A comunicação não é privilégio dos seres humanos. Veja o que diz a repórter Nancy Campos, na revista Incrível:
“Há macacos que comunicam aos companheiros a chegada de predadores através de um código peculiar.
Certos pássaros precisam ouvir seus pais cantarem; do contrário destoam da espécie. O processo é similar ao de um ser humano aprendendo a falar.
A luminosidade de um vaga-lume nada mais é que um chamado de amor: cada espécie tem seu código secreto.
Há animais que se comunicam por meio de gestos: é o caso das formigas que, quando se encontram, esfregam as antenas, comunicando-se.
Veja o cão: pula alegre, late com a chegada de seu dono. Mas arreganha os dentes e franze o focinho à simples aproximação de um estranho, como de uma forma de manifestar sua raiva.”


 

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