16 de maio de 2011

Professor Waldick Pereira-Patrono do CIEP 113

22 de novembro de 1929 – Maceió, AL
11 de fevereiro de 1983 – Nova Iguaçu, RJ

Waldick Pereira foi escritor, professor, jornalista, historiador e arqueólogo. Contudo, foi como historiador que Waldick Pereira se revelou dono de uma vitalidade extraordinária.
Sendo um verdadeiro rastreador de fontes históricas de Nova Iguaçu, reuniu vasta documentação a partir de doações de antigas famílias da região e de levantamentos através de trabalhos de campo, percorrendo antigos caminhos, investigando rios outrora navegáveis, e antigas ruínas e cartas geográficas originais corroídas pelo ação do tempo, pôde reconstituir grande parte da história dessa região.
É importante ressaltar que a obra pioneira de Waldick Pereira não apresenta apenas a ampliação do conhecimento do nosso passado, mas chama a atenção para a urgente necessidade de preservar, restaurar, nosso patrimônio histórico. E ainda mais: aponta para a necessidade de se entender o homem em sua dinâmica e complexidade no seio da sociedade em que vive. Porque os homens “os únicos objetos da história – de uma história que não se interessa por um qualquer homem abstrato, eterno, imutável e perpetuamente idêntico a si próprio – os homens, dotados de múltiplas funções, de atividades diversas, com preocupações e atitudes diferentes, que se misturam, se chocam, se contradizem, acabando por firmar uma paz de compromisso, um modus vivendi a que se chama Vida” que lhe dota de uma identidade que se necessita imperiosamente resgatar, para que enfim, não se perca, “o trem da história.
 Nas palavras de seu filho Hans, Waldick, que fora delegado da União Brasileira de Trovadores-UBT e realizou os I e II Jogos Florais de Nova Iguaçu, também foi professor, arqueólogo, historiador, jornalista, escritor e poeta. Unia a paixão pela história do município de Nova Iguaçu (RJ)-tendo sido fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu-IHGNI, o qual presidiu até sua morte, em fevereiro de 1983- à sua paixão pelas letras, e escreveu vários livros, tendo publicado apenas Nova Iguaçu para o Curso Normal (1969); A Mudança da Vila (1970); Cana, Café e Laranja (Fundação Getúlio Vargas-1977), sobre a história iguaçuana, além de alguns de poesia e trovas. Hoje é patrono do CIEP 113, em Nova Iguaçu.

13 de maio de 2011

A hora da Leitura - Ler devia ser proibido


      Na terceira edição do projeto A Hora da Leitura, no dia 12 de maio, toda a comunidade do CIEP 113 realizou a leitura do texto Ler devia ser proibido, de Guiomar de Grammont)
     Para mais uma etapa do projeto, os professores realizaram várias dinâmicas de leitura e interpretação do texto em sala de aula como: Leitura e interpretação do texto (professora Eliane); Intertextualidade,pelas referências a outras obras e autores citadas no texto (professor Daniel); Exploração do vocabulário e seu emprego em outros contextos linguísticos (professor Ronald); Ilustrações (professora Júlia); Mosaico de palavras (professora Rosalva),entre outros.
    
     Leia o texto selecionado e, em seguida,veja alguns trabalhos realizados pelos alunos:
Ler devia ser proibido      (Guiomar de Grammont)
A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
                                                    
Ler pode tornar o homem perigosamente  humano.

2 de maio de 2011

O filme da minha vida

Para quem é apaixonado por cinema: Cinema Paradiso


No ano passado, em uma conversa com amigos, me indicaram o filme Cinema Paradiso, disseram algo assim: "Você que gosta tanto de cinema, tem que ver cinema Paradiso.". Pois bem, com uma declaração dessas, eu me senti um pouco excluída do mundo cinematográfico e é claro vi o filme. E realmente foi uma excelente indicação, não sei por que nunca tinha visto ele antes. Ele é magnífico, uma verdadeira declaração de amor ao cinema.
Cinema Paradiso é um filme italiano lançado em 1988, o seu personagem principal é Salvatore de Vitta, um cineasta que ao receber um telefonema da mãe, falando sobre a morte de Alfredo, volta a sua cidade natal depois de várias décadas. Assim, Salvotore (ou Totó), relembra a sua infância, e vemos a sua trajetória: como o esperto garoto se tornou apaixonado pelo cinema, ao virar amigo de Alfredo, o projecionista do Cinema Paradiso. Totó cresce, se apaixona, sofre ilusões, e é mostrado a formação e as motivações do Totó adulto.
Há passagens bem interessantes e personagens que parecem tirados de histórias contados por nossos parentes (pais, tios e avós). Por exemplo: quando o cinema paradiso ainda era localizado numa igreja, o padre da cidade assistia a todos os filmes, de modo a apontar para Alfredo, quais cenas ele deveria cortar. Totó ficava assistindo (escondido) todo esse processo. E as cenas cortadas em sua maioria, eram cenas de beijos, e muitos dos quais, bem inocentes. Esse processo acaba com que o diretor faça uma homenagem ao cinema no final do filme. Mostrando uma projeção com as cenas que foram cortadas por Alfredo durante a infância de Totó, uma projeção, por sinal, belíssima e emocionante.
Totó ao assistir o filme deixado por Alfredo, se emociona, chora, e acredito que isso acontece com que muitos que assistiram ao filme (eu não chorei, mas fiquei bastante emocionada).
Mas o filme não é só feito de cenas que fazem chorar (ou de beijos), há bastante humor, principalmente com os personagens secundários, há cenas bem engraçadas: como as da reação de frustação dos espectadores do Cinema Paradiso ao ver não ver os beijos, falam frases enfurecidas como há anos que venho no cinema e nunca vi uma cena de beijo. Há também as manias e esquisitices de outros personagens, e é claro que existe o "doido" da cidade (toda cidade de interior tem que ter um "doido" não?). Outra cena que eu ri foi a da reação dos espectadores ao ver um beijo no cinema pela primeira vez.
O filme é excelente, e é capaz de agradar qualquer pessoa, mas acredito que agradará principalmente os apaixonados por cinema. Eu me tornei fã desse filme. Outra coisa interessante é que há uma versão estendida, e eu indico essa versão, pois quem viu apenas a versão normal, perde algumas resoluções e cenas importantes.

Por Cíntia Nogueira (cintiana2) às 11:54 -30/08/2010-


O FILME DA MINHA VIDA

Da primeira vez que o vi, chorei no final. Mas não se pense que foram apenas umas lágrimas. Eu literalmente solucei a chorar. Pensei para mim: Mas que estranho. Porque choro desta maneira?
Da segunda vez que o vi pensei: Eu desta vez já estou preparada. Já sei o final e tudo! Mas não. De novo, aconteceu-me o mesmo.
Ontem vi-o pela terceira vez. Achei que se me acontecesse aquilo de novo teria de o classificar como o filme da minha vida. E aconteceu.
Só ontem o entendi na sua plenitude. Só ontem entendi a razão.
É um filme que do princípio ao fim mexe com as minhas emoções. Todas, mas todas mesmo.
A história é simples. Conta a história de um pequeno rapaz (Totó), o seu fascínio pelo cinema e a sua amizade com o projecionista (Alfredo) da aldeia onde viviam.
A foto que aparece neste post é de uma cena do filme em que Alfredo decide projectar o filme que estava a ser exibido no cinema para a parede de uma das casas situada na rua, para que aqueles que já não cabiam na sala pudessem também assistir ao filme ali mesmo na praça da aldeia. Totó acha aquilo maravilhoso.
"Cinema Paraíso" é partilha, amizade, ternura. O cinema, é o tema central. Mostra-nos tudo o que nos faz sentir ao ver apenas um filme. Riso, choro, nostalgia, saudade, paixão. E este filme é sublime por isso mesmo. Ontem o entendi. Por transmitir todas essas emoções num só. O final é belíssimo, aliás, nunca vi um filme ser tão coerente no seu final como este, pois todas as emoções transmitidas ao longo da fita estão todas ali...no fim. Por isso já compreendi o porquê de tanto choro. E estou cá desconfiada que me vai acontecer de novo na próxima..

VIVIDO, SENTIDO E ESCRITO POR GAJA ÀS 23:4
Disponível em: http://diariodeumagaja.blogs.sapo.pt/27014.html

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